17 de ago. de 2013

Edição especial – Manifesto pela fidelidade ao Evangelho - Declaração dos Obreiros do ME

16 de agosto de 2013

CHAMADOS À FIDELIDADE AO EVANGELHO
Uma igreja da reforma sempre vive em reforma

Somos profundamente gratos a Deus pela vocação com a qual ele nos agraciou e através da qual ele nos chama para sermos dele e para ele. Somos igualmente gratos que esta acolhida de Deus acontece na vida em comunidade e temos o privilégio de vivê-la no âmbito da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), à qual pertencemos, na qual atuamos e com cuja profissão de fé nos identificamos (Constituição da IECLB art. 5º).  Ela aponta para a graça em Cristo que é recebida em fé, está baseada nas Escrituras, é vivida em comunidade e se expressa no testemunho e na vida em sociedade.

Como herdeiros da reforma, afirmamos e praticamos o sacerdócio geral de todos os crentes. Por isso buscamos engajar os membros do corpo de Cristo no serviço na igreja de acordo com os dons que receberam do Espírito Santo. Afirmamos o serviço missionário e diaconal como forma de viver e proclamar o evangelho integral.

Ao vivermos a nossa vocação no âmbito da IECLB, percebemos sinais que nos preocupam e para os quais queremos chamar a atenção. Ainda que inconformados com isto, reiteramos nosso compromisso com o testemunho de fé dos reformadores (Catecismo Menor e Confissão de Augsburgo). Queremos buscar por espaços para viver esta convicção de fé e chamar a igreja a voltar para ela.

Entre as nossas preocupações, destacamos os seguintes aspectos:

 1.  Vivemos numa igreja que está se apequenando e se tornando irrelevante no contexto religioso e social brasileiro;
2.  Estamos preocupados com a aceitação do ensino de que muitos caminhos levam a Deus, ou seja, que nega a exclusividade de Cristo;
3.  Percebemos que se vivencia hoje na igreja uma relativização da autoridade das Escrituras;
4.  Apontamos também para a relativização da ética que desestrutura e desfigura especialmente a família. Este cenário gera posições confusas e até ambíguas na IECLB quanto à sexualidade humana. Estas, por sua vez, se refletem na insegurança e incapacidade de comunidades e ministros tratarem a crise do casamento e da família;
5.  Experimentamos um desempoderamento das nossas comunidades locais e, ao mesmo tempo, uma centralização que coloca as comunidades a serviço da estrutura e as cerceia, bem como seus ministros, em torno de uma uniformidade de atos, gestos e ritos;
6.  Inquieta-nos a crise vocacional e missionária na igreja.

À luz destes sinais preocupantes que descaracterizam nosso próprio jeito histórico de ser igreja evangélica, reafirmamos a nossa fé e gestamos um renovado compromisso em torno das seguintes afirmações:

1.  Cremos que Cristo é o caminho, a verdade e a vida, a revelação definitiva e suficiente de Deus (João 14.6);
2.  As Escrituras são a nossa norma de fé e vida e de ministério, que se interpreta a si mesma, assim como afirmado pelos reformadores (1Coríntios 15.3-4);
3.  A fé cristã se vive em comunidade fraterna que recebe e interpreta a Palavra, e, ainda que formalmente autônoma, vive em parceria com outras comunidades irmãs e serve a Deus em seu contexto (Filipenses 2.1-4);
4.  A fé é dom gracioso de Deus que implica em obediência individual e coletiva. Cada cristão é chamado a obedecer ao mandamento de Deus em todos os âmbitos de sua vivência (Gálatas 5.24). No âmbito comunitário cremos que a obediência produz uma prática missionária de natureza evangelística e diaconal (Atos 1.8).

Nós cremos que a Igreja precisa estar constantemente comprometida com a vivência e pregação do Evangelho que gera uma igreja contextualizada, aberta e acolhedora.

Encontro de Obreiros do Movimento Encontrão
Florianópolis, 14 de agosto de 2013

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